quinta-feira, abril 06, 2006

o salto com vara

o tempo estava tão feio que parecia que se agarrava à pele. pulando fronteiras Rahzel foge dum passado sem presente e dum pesadelo sem despertador. o livro de carimbos bordeaux com letras douradas continua em branco.

daí a minha minha amiga não passa. deste lado não entram pobres de espírito. escusa de tirar das costas a mochila.

mas tirou. deixou-a caida aos seus pés, puxou as lágrimas e desandou os passos que conseguiu improvisar. tal era a cara de desânimo e frustração que o-das-patentes ficou sem reacção, a meio entre a satisfação de uma recusa veemente dada com o desespero de se deparar com um teatro novo, um filme para o qual não lhe deram guião. e agora tinha de improvisar. já o realizador havia dito acção e a'o-das-patentes o esturro não lhe chegara ao nariz.

uma pena pensa Rahzel. não é o autocarro, é o posto fronteiriço.

foi dada como morta. tal como o-das-patentes, mas deste ainda se encontrou a dentadura. de Rahzel sobrou o livrinho bordeaux e umas fotos com espingardas cruzadas em fundo. sinal X a marcar o local. uma quarta-feira como as outras.

passou a fronteira na confusão. anda a monte.

Sem comentários: