domingo, julho 30, 2006

pouca terra, pouca, terra..

Enquanto a malta vai a banhos, o blog sai à rua; apanha o comboio e faz-se ao Velho Mundo. Assim, durante este abrasador mês de Agosto não serão publicadas neste espaço as já habituais crónicas da actualidade que ao autor interessam. Serão, no entanto, substituidas por pequenas peças escritas em cybercafés em transito pela Europa, numa rubrica a que decidi dar o nome de pequenas-peças-escritas-em-cybercafés-na-Europa.

sábado, julho 15, 2006

BEPP

É usual ver-se nos telejornais o cidadão comum a insurgir-se contra o lucros dos bancos. Os senhores do Bloco de Esquerda Partido Popular vão na onda e dão eco a estes comentários. Acontece que os lucros dos bancos devem-se mais à capacidade intrínseca das pessoas que lá trabalham que à inoperância ou favorecimento do Estado.

O problema e aí dou-lhes razão, é que assim os ricos ficam mais ricos mas porque os ricos têm mais cuidado com os investimentos que fazem. Parece-me é que penalizar os bons, porque são bons, é que não é uma atitude positiva, diria mesmo é o pior que se pode fazer pois cria um incentivo claramente errado.

sexta-feira, julho 14, 2006

Bombas, Berlusconi e o Beira-Mar

Fico triste por ter dito umas baboseiras neste espaço recentemente. Mais triste fico por ninguém se ter levantado contra isso. Tenho lido alguma coisa sobre estas matérias (sempre gostei desta expressão cavaquista) e a Coreia do Norte é muito mais um fantoche chinês do que eu pensava. Alias, os próprios mísseis disparados, se vistos mais de perto, não poderiam esconder a já comum etiqueta Made in China, como outro brinquedo qualquer.

Aquilo que me põe a pensar hoje que estou mais dentro da temática é a relação entre a Rússia e a China. Deixo à vossa consideração estes dois estados comuno-capitalistas e novo-riquenhos.

Mais, é com alguma apreensão que vejo os comentários relativamente à Rússia feitos nos USA sobre a última reunião do chamado G-8, que a própria Rússia organizou e, diziam alguns, nem à mesa deveria estar quanto mais organizar. A posição da Itália aparentemente é pacífica. Sabendo que a dimensão do ego destes senhores é proporcional ao tamanho do país, certamente não lhes arrancaram muitos sorrisos. O próprio Putin não me parece fan de programas de humor, por assim dizer. Convem não esquecer que estes senhores ainda possuem uma quantidade de bombitas capazes de destruir o planeta. E que vão, dir-se-ia numa expressão empresarial, capitalizando activos e realizando mais-valias aqui e ali visto que a procura é grande.

Mas isto não é coisa que aparentemente interesse aos meus leitores pelo que passarei a escrever sobre bola, que afinal sempre é coisa capaz de unir os povos. Prevejo que este ano o Benfica seja o campeão da pré-temporada e que o Vende-Camisolas se desdobre em sorrisos e fotografias patrocinadas por uma qualquer marca desportiva.

Disse à chegada e passo a citar: O Jardeu chegou pr'a fazê o que o Jardeu sabe fazê, né? O Jardeu promete golos e o seu grande objetxivo nessi regrésso é conquistá títulos

Bem vindo de volta Jardel, que falta fazias para animar isto. Um brinde: À tua cabeça, umas das mais belas, senão a mais bela que tive oportunidade de ver, salvo seja.

Quero ainda destacar a descida de divisão da Juventos, Fiorentina e Lázio como grande reforço dos clubes europeus, vamos lá ver se sobre algum avançado para o Sporting, visto que o Miccoli, esse goleador, já rumou a outras paragens.

Fiquei deveras surpreendido, confesso, por esta decisão, numa justiça que julgava ao nível da portuguesa. Sou levado a crer que o juiz seja amigo do ex primeiro ministro.

quarta-feira, julho 05, 2006

3 em menos de 100 anos?

Isto da Coreia do Norte é giro e tal, vamos lá ver é se não acaba mal. Estou em crer que uma guerra à americana dava bem cabo daquilo e nem sequer haveria grandes problemas de consciência. O problema é que parece demasiado fácil.

Tenho andado a explorar através do Google Earth alguns países menos comuns (depois de descobrir o meu carro), entre eles a Coreia do Norte. Felizmente há uma meia dúzia de americanos, que devem ter algum tipo de formação militar, catalogaram os mais importantes locais estratégicos não só da CN como da Síria, Irão e etc.. Dizem eles que Pyongyang é a cidade mais bem defendida do mundo e eu acredito ao ver a quantidade de baterias antiaérias, quarteis, trincheiras etc que se identificam pelas imagens de satélite.

Mas porquê disse eu à pouco que parece demasiado fácil? É que apesar dos mísseis (ou um dos vários tipos deles) que foram lançados ontem poder atingir os USA na costa ocidental (e. g. LA) me parece uma atitude demasiado ousada para um país com uma economia inexistente. Eles até devem ser autosuficientes, se contarmos que grande parte muito pouco tem para viver e não se conhecem grandes reservas estratégicas hoje em dia que pudessem aguentar uma guerra prolongada. Não têm nada, porque não precisam de nada, a não ser de urânio, mísseis e tecnologia (que aparentemente ou têm ou estão em vias de ter).

Descontando as inerências mais físicas de uma estratégia bélica de invasão e defesa, que passa pela cabeça daquele senhor quando lhe dá para fazer uma demonstração destas no dia 4 de Julho (Dia da Independência dos USA)? Terá ele as costas quentes? Eu diria que sim, não me faz grande sentido se não for assim. Seria no mínimo suicida e creio que se assim não fosse já o senhor arbusto tinha lá ido (que isto das guerras dá sempre uma certa fama, quem que seja para ficar na história).

Então que aliados pode ter o pequenote? O Eixo do Mal? Juntando os trapinhos com os países árabes descontentes, ou até com o senhor bin Laden, mais meia dúzia de africanos tipo Sudão, Nigéria e arredores, e até, porque que não o amigo Hugo Chavez (este fala fala mas ainda me parece o menos burro deles todos) com os pendericalhos da Bolívia, as FARC e outros demagogos.

Esperemos que não, mas do mal o menos.. talvez acabem com os "Morangos com Açucar". Em tempo de guerra todas as pequenas vitórias contam.

domingo, julho 02, 2006

paz podre

Portugal continua a ter as tradicionais ligações à antiga União Soviética (se calhar o antiga é que devia estar entre parênteses) em muita coisa.. maldito 25 de Abril, que não resolveste nada porque antes creio que também era assim, embora diametralmente oposta na esfera política.

Constata-se que nunca há divergências aquando da saída de ministros. Mais, e daqui partiu a comparação com a URSS, quem abandona o cargo fá-lo sempre através de um pedido de demissão por razões de saúde ou por razões pessoais. Esta porcaria dos consensos cheira mal. Discordar é pecado? Num grupo de 17 pessoas (tantos?) todos pensam o mesmo sobre tudo? E quando é nítido que não concordam nada de bom daí advém, excepto problemas de saúde e razões de força maior.

Até no meu Sporting isto se passou ainda à bem pouco tempo (Ribeiro Teles e Bettencourt). Eis que se passaram os problemas pessoais e num ápice que regressam. Sou a favor da transparência, com um certo grau de opacidade, vá.. Deu-me particular gozo este presidente dizer ao antigo o que ele queria ouvir para lhe deixar o cargo (outra vez URSS) mas felizmente lá veio a machadada. Foi isto que o fez ganhar as eleições. Só um senhor com um "jogo de cintura" típico de empreiteiro de construção civil para este tipo de manobras, ainda assim bem melhores que os pedidos de demissão por falsas razões, já que este tipo de jogada priveligia os fins em deterimento dos meios, ainda que isto não faça muito bem à coluna.

Para ser justo, Freitas do Amaral realmente sofre de problemas de coluna, de outra espécie dos anteriormente mencionado, mas sofre. Aliás, deles sofre à pelo menos 20 anos - diz quem sabe que já deles se queixava em 1986 quando se candidatou à Presidência da República - mas nem por isso deixou de se candidatar, nem tão pouco de aceitar o convite para Ministro quando não consegue estar fisicamente à altura das funções. O que me levou a escrever este texto não foi este engodo, mas o facto de virem os comunicadores oficiais do executivo garantir, senão mesmo jurar, que divergências não as havia, mais, nunca as houve. Este tipo de situação encontra paralelo num comentário que li noutro dia de Vitor de Sousa àcerca de Herman José e que dizia qualquer coisa como isto: não sei se ele é homosexual, e se soubesse não dizia.

E continua a paz podre no país dos consensos.. consensos nunca os há, mas sem eles, aqui, nada se faz..

E assim vai o ponta-de-lança da Europa

Saúda-se a nova Lei das Finanças Locais e o novo Código das Sociedades Comerciais mas cuidado, muito cuidado com a política fiscal. Li, e quando se lê na imprensa já se sabe que nem sempre é o que se diz, que o Ministro das Finanças não acha que a redistribuição deva ser feita na política fiscal. Este é um princípio discutível pois se não for na fiscalidade, logo agora que esta parece entrar nos carris, terá de ser feita à base de subsídios, o que me parece mais difícil de por em prática. Entendo esta declaração de intenções como preparação do terreno para uma aproximação à "flat rate" agora em voga nos países de Leste, mas não só. Temos unhas para tocar esta guitarra?

Saúda-se, e muito, a entrada em vigor (finalmente) do MIBEL, ainda que apenas para as empresas, por agora. Veremos se resulta. Finalmente se começa realmente a criar mercados ibéricos, que já existindo nalguns sectores, ainda não haviam chegado ao papel; e logo num sector tão politizado como a energia (eléctrica). Um comentário de reserva: este mercado serve para comprar e vender, mas (pelo menos em Portugal) até 2000 e troca o passo não haverão novas ligações à rede (excepto se ao estado interessar e pela chamada porta do cavalo) pelo que a solução dos ditos futuristas de passar a ser o cidadão individual a instalar pequenas unidades sobretudo hídricas e solares fotovoltaicas, que satisfaçam a procura dos próprios e possibilitem a venda do excedente continua na gaveta. Por outro lado continua a ser complicado (em termos de paciência) a obtenção de licenças para a própria instalação, como se não fosse uma coisa que interessasse estimular. Apesar de tudo, para um Iberista convicto, é uma coisa muito positiva.

E assim vai o ponta-de-lança da Europa, gordo e lento, devagar devagarinho, mas indo..