quarta-feira, março 29, 2006

à e tal porque é jovem

a reboque das contestações em frança relativamente ao cpe, reuniram-se ontem em lisboa cerca de 1000 pessoas a protestar contra a precariedade do emprego para jovens em portugal. quando lhes colocaram um microfone à frente da boca disseram "isto está cada vez pior para os jovens" literalmente à-e-tal-porque-é-jovem. bom, isto merece a minha reflexão.

se alguem com 60 anos dissesse isto está muito dificil, arranjar emprego agora é complicado. ou com 50.. não concordando com a substancia ainda diria pois, agora se calhar já é tarde. não é, mas como é uma geração diferente, habituados a muitos anos de maldizencia em relação ao estado ainda vai que nao vai.

agora meninos na casa dos 20 dizerem que isto está mal? com que então, o estado deve dar emprego a um jovem para toda a vida porque é jovem e portanto têm direito a ter emprego e sobretudo têm direito. mas por que raio é que têm direito a ter emprego? não deviam antes mostrar o porquê desse direito? à-e-tal-porque-diz-na-constituição. bom, meus amigos, há muita mata para limpar..

mas não, querem emprego à porta de casa, se não for à porta querem ajudas de custo. olha eu também quero mas acho que primeiro tenho de mostrar que mereço. querer quero muita coisa, ter direito é que é mais complicado..

em portugal uma entidade empregadora (pública ou privada) não pode despedir nenhum trabalhador (regra geral). embora muita gente ainda não se apercebeu disso. bom, se eu tivesse uma empresa, sabendo que não posso despedir, então também não empregava porque se emprego alguém que me diz que é muito bom nisto e naquilo e depois não faz a ponta e eu não a posso despedir.. epá, mais vale não empregar.

daí surge a tal precaridade, porque para fazer crescer a empresa preciso de contratar, mas como só posso despedir com grandes esquemas (grandes e caros) não tenho outra maneira de contratar. como isto não é facil de explicar às massas anda tudo maluco em frança.

eu aceito o cpe. venha ele! se for despedido paciencia, quem perde é a empresa que me mandar embora e quem ganha é a que me empregar a seguir. andei a aprender e posso usar isso para obter melhores condiçoes no proximo emprego. obviamente tenho de ter uma certa confiança em mim mesmo, mas se eu não acreditar em mim quem acreditará?

porque raio querem emprego se não oferecem trabalho? porque havia alguem de dar emprego a ti se há outros 1000 iguais a ti a fazerem o mesmo pelo mesmo preço (não é bem assim mas admitiremos por ora)? porque tens direito a emprego?

quanto mais gente vejo a protestar em frança mais penso para mim se calhar ainda temos (portugal) hipoteses.. se os franceses não estao dispostos a trabalhar talves nos estejamos. mas sei que nao é verdade. as coisas sao como sao. é preciso uma certa educação para perceber isto. felizmente tive-a. tenho sincera pena de quem segura panos vermelhos na mão, se calhar recebem por isso.

espero que o nosso primeiro tente por o cpe em portugal. mas nao digo isto do fundo do coraçao, porque se ele tentasse provavelmente acabavamos como frança e ele nao saia nada bem disso para nosso (portugal) mal. mas um dia em que as coisas ja estejam perdidas para ele espero que tente, nem que seja para ver a reacçao. as vezes é preciso saber onde estamos para saber o que fazer.

vejo muita gente preocupada com o seu emprego, acaso não o merecem? se o merecem porque têm medo? se os vossos patroes forem parvos e vos mandarem embora mostrem-lhes como se enganaram.. não gritando na rua mas trabalhando para outro que vos melhor saiba aproveitar. se existem 50000 sociólogos outros tantos psicologos terapeutas da fala advogados de causas inuteis e outros que tais (sem qq menosprezo) que culpa tenho eu que nao tenham sabido escolher o vosso curso? que culpa tem o país? devemos darvos dinheiro porque passaram 5 anos a pagar propinas a escolas privadas e agora ninguem vos paga? nem sequer vos pegam? subsidios sim, quando se justifica. mas nao devemos pagar todos pelos erros de alguns.

recordando o grande ricardo, nas trocas economicas, todos ganham. saibam ganhar. aprendam a ganhar.

aproveito para deixar um aviso sincero à malta dos protestos, porque vejo isto andar nesse caminho:
se eu não tenho direito de lhe partir os vidros do tractor, você também não tem direito de me cortar a estrada.

segunda-feira, março 27, 2006

antigamente é que era

nasci cedo demais, não nascemos todos ?

considero-me parte da ultima geração pré-internet. ainda fiz grande parte da minha mocidade à custa de K7, VHS e telefone fixo. que oportunidades imensas surgem a petizes que não ainda puberes e ja trocam SMS com as meninas bonitas da turma. no meu tempo jogava-se ah bola, uma vez que eramos so rapazes. nao havia numeros cor-de-rosa na minha lista. a nao ser para festas de aniversario verdade seja dita.

por outro lado, faço parte da ultima geração que soube o que era estar incontactavel. a partir do momento em que se dizia (na altura perguntava-se e pedinchava-se a bem dizer) vou sair pa dar uma volta ;) e se enumeravam o local de destino e mais importante as companhias, nao havia nada a fazer. estivesse eu a dormir grog no chao da estaçao de comboios de cascais sem maneira de voltar para casa e nao havia maneira de partilhar a situaçao. eramos a geraçao desenrasca. olha vou a pé, que sa foda. deixar as chaves dentro de casa e fechar a porta por fora era outra daquelas. quantas tardes passei sentado nas escadas meditando sobre o bem que uma ida aos bolsos na altura certa poderia fazer.

no entanto ha algo que hoje os miudos nao sabem (digo eu). na minha altura, os espertinhos enunciavam as coisas que "ja haviam na america", frases que rematavam invariavelmente com a expressao, este país é uma merda. hoje já ha macdonalds e tvcabo, mas sera que alguma coisa mudou? chegou ai a america, temos onde gastar dinheiro. dizem-me os meus amigos as ultimas novidades de telemoveis, consolas portateis e jogos de computador. afinal as coisas se calhar nao mudaram assim tanto. para mim pelo menos, dantes nao tinha dinheiro, hoje se calhar ate tenho, mas tb tenho outros sitios onde o gastar e onde o dou por melhor empregue.

sinto-me bombardeado por publicidade. publicidade em todo o lado. coisas boas e que ate davam muito geito. quero ver os golos do meu clube onde quer que esteja, quero falar ao tlm sem pensar no que vou pagar no fim do mes, quero ter um BMW e começar a pagar so ao fim de um ano, quero comprar casa e nao me preocupar com os juros nos primeiros 5 anos, quero 500 a 5000€ na hora sem problemas nem papelada, ai.. quero tanta coisa!

é tudo tão facil..

nao tenho pais ricos, nao jogo no euromilhoes, mas tb nao vou ao BES. tenho muito espaço no colchão. nao devia haver publicitarios nem jornalistas, as artes parciais e enganativas deviam ser banidas. continuo a gostar de enfiar tudo no mesmo saco.

resta-me esperar que estes truques manhosos resultem no maior numero possivel de pessoas. vou deixar de criticar estes senhores. enganem ah vontade. sejamos parvos pois entao. talves sobrem assim mais oportunidades para mim que sou rato e espertinho e egoista e quero tudo so para mim sem dar nada a ninguem.

depois de um blog menos consensual, finalmente obtive alguns comentarios criticos que sinceramente me agradaram, tenho leitores vivos e opinantes. obrigado a vos.

bou cre juga ?

sexta-feira, março 24, 2006

Desci hoje ao Pireu para vos fazer as minhas preces

O que andamos nós a fazer na vida ?

já aflorei estaa questão num post recente mas decidi voltar à carga, pela importância que dou ao tema, por um lado, mas pelo desnorte que vejo à minha volta (na sociedade em geral).

credos à parte, e deles retiro o "como" mas não o "porquê", que fazemos entre o nascer e o morrer? que caminho escolhemos, o do justo? ou o do injusto? (p.e. apenas para simplificar)

peço ao leitor que tome um segundo para si, esqueça o trabalho, a escola, a namorada, a família e pense apenas na imensa liberdade individual. e depois reflicta no que quer fazer entre a vida e a morte.

eu escolhi o conhecimento. já que nada de material daqui se leva, ainda que não sendo certo, se alguma coisa se levar será o conhecimento. o "saber de experiências feito"

esta minha franqueza e firmeza de convicções não me tem dado muitas alegrias verdade seja dita. mas mantendo-me hirto sigo firme de vontade. chega de jogar com as palavras, vamos ao que interessa.

por não ter (ainda) um livro de citações (,embora já o tenha identificado numa livraria perto de si) não posso precisar quem me iluminou sobre esta questão, mas fê-lo com qualquer coisa tipo "é nossa (enquanto intelectuais) a responsabilidade de não deixar morrer (ou seria perpectuar?) os clássicos".

infelizmente, ja havia gasto uma boa maquia em romances e romancinhos quando li isto (ou quando a minha mente verdadeirmente o processou).

assim, encontro-me agora (depois de ter arquivado a referida pilha de livros) de braço dado com "A República" de Platão, achei que seria um bom porto de partida ou talves simplesmente estivesse ali a olhar para mim e naquela troca de olhares seduziu-me, o malando.

pois não é que há 2500 anos, numa altura em que telemóveis, televisões e computadores não eram de acesso generalizado, as questões de princípio de JUSTIÇA, enquanto escolha do caminho a seguir (recto ou corrupto para simplificar) não se alteraram numa vírgula.

a imutabilidade da consciência humana surpreende-me. nada se alterou. não digo pouco, digo nada. e mais, nem a individual nem a colectiva, por mais que uma boa educação possa (e de facto acho que faz) fazer a diferença na escolha do caminho.

como aqui não há contraditório a retórica é toda minha, assim não me alongo mais e espero por vós para seguir o debate. mas relembro: no dia que me encontrasse com Platão seria interessantíssimo discutir tu-cá-tu-lá questões eternas, enquanto que os pequenos prazeres (de alguns pois bem) lhe passariam ao largo. quem sou eu para lhe explicar o que são os morangos com açucar.

Não deixemos morrer os clássicos, ainda que no fim do dia não tenhamos jornalistas à beira, á eternidade será nossa. se não houver eternidade (e isso dará muito blog) bem, também não haverá ninguém para partilhar os dzrt, ainda assim salve-se antes o ludwig wan que no bote não cabemos todos.

a quem deste post fizer uma leitura "pequenina": posso sempre tornar-me num nuno rogeiro e mandar bitaites sobre tudo e mais alguma coisa. não tendo um palminho de cara, não esquecer: quem tem boca vai a Roma.

sábado, março 18, 2006

o preconceito espelhado na tua face

se tens o preconceito espelhado na face, a ti te digo:

enojas-me mais do que eu a ti!


tenho lido algumas opiniões de gente que escreve nos jornais (note-se que evitei dizer importantes) sobre a questão nuclear. embora esteja a falar deste assunto em particular podia-se facilmente estender a outras matérias, como facilmente se pode deduzir. e então pergunto, que sabem essas possoas sobre a energia nuclear para além de que houve um acidente em chernobyl?

acho que o NAO vale tanto como o SIM se fosse uma pergunta de sim ou nao. sou a favor confesso-me e explico porquê.

deixamos de depender das birras de países (ou melhor, líderes de países) como árabes em geral (sem ofensa) nigeria venesuela
deixamos de emitir quantidades enormes de CO2 devido à queima de petroleo, gas natural e carvao (sim, a electricidade que vem das barragens meus amigos.. peanuts)
aumentamos o know-how, formamos tecnicos, desenvolvemos conhecimento
é a forma mais barata de produzir electricidade (descontando os custos de desmantelamento, mas se funcionar bem não ha razoes para desmantelar) e mais barato produzir significa mais barato para o consumidor

riscos ? SIM, há riscos! meeeeeeeeedo, muito medo dos riscos. somos o mais onde há mais acidentes de automovel. o risco de entrar no carro são enormes. deixamos de conduzir ?


não digo aos criticos para se calarem, de maneira nenhuma. precisamos deles e muito!! com o actual clima de receios e duvidas, tenho a certeza que as centrais portuguesas serão as mais bem controladas e vigiadas do mundo. ou alguem acha que nos (a quem é a favor) interessa morrer de radiações?

pergunto a esses senhores se sabem como funciona uma central nuclear ? e ate posso dar a resposta NÃO!

como é que se tem medo de uma coisa que não se sabe como funciona ?

PRECONCEITO


esses senhores não gostam de técnicos. até arranjam palavroes para nos classificar. tecnocratas. somos o país que forma advogados, sociologos, jornalistas e psicologos. deviamos exportar esses senhores. a seguir à India devemos ter os operadores de call-center com mais qualificações, como diz o nosso amigo Jardel.. PORQUE SERÁ ??


FORMEM-SE ENGENHEIROS.


este blog não é imparcial. recomenda-se moderação na sua leitura.

e dou um conselho de graça (ja tive de pagar por um mas acho que esse valeu a pena que o rapaz é um bom rapaz e alem do mais fazia anos)

O MUNDO É PLANO. thomas l. friedman

chamem-me o que quiserem, mas se for "preconceitooso" arriscam-se a levar um banano. leiam. aprendam. informem-se. discutam. falem. perguntem. mas antes de escreverem no jornal, dizerem na tv, abrirem a boca em público!! porque os portugueses sao tao burros que acreditam em voces. têm medo e preconceito e juntam-se a voces porque... é mais fácil ser do contra, desfilar tractores, levantar panos do que aprender. SERÁ?

sexta-feira, março 17, 2006

um tributo ao Mestre

















17 de Março de 2006

está de chuva lá fora

a manhã acordou em lágrimas barrando as solas empoeiradas. hoje vou atropelar sapos, tá visto. a malta não trabalha, diz que não há condições. não chove no contentor, azar o meu.


mais um cartão postal do "Templo do Cavalo"


um hino ao desperdício dizem alguns.. na verdade também a mim me choca algum dinheiro tão mal gasto neste país. uma obra Destas para cavalos de duas e quatro patas!



recebemos os sinceros parabéns do Arq. Arsénio Cordeiro, ele próprio incerto do resultado final. pronto não está mas já se vê obra. o Dr. Costa Ferreira, director da coudelaria de alter mostrou-me (em livro) uma cavalariça francesa, baseada em projectos feitos pelo Grande Engenheiro e cujas proporções coincidem no essencial com o projectado pelo Arq. o que aqui vêm não é uma reprodução fiél e "à escala" duma cavalariça projectada nos tempos gauleses de Leonardo, como erradamente havia enunciado, mas uma feliz coincidencia (sera?).

espero não vos maçar com histórias num sítio pensado para estórias, mas que mais belo há que um homem amar o que faz..

post editado em 28-03-2006 para corrigir inverdades acidentais

terça-feira, março 14, 2006

isto não é um teste
















o trabalho (do Mamudo) enquanto o engenheiro tira foto

















a paisagem do norte alentejano






14 de Março de 2006

não está de chuva la fora
antes pelo contrário

a primavera anunciou-se antes do tempo
aliás, como é seu apanágio nesta zona do mundo

toda a motivação do inicio laboral e do agora é que é a sério se esgotou
a partir de agora o prazer terá de vir de outro lado

não era isto que eu queria
nunca foi isto que eu quis
o que vale é que eu sei muito pouco
mas fui aconselhado pelas pessoas certas

acho que há muita coisa na vida depende muito mais das pessoas que conhecemos que propriamente de nós
grande parte do sucesso no trabalho vem mesmo daí
por muito bom que gostava de ser, se não me explicarem as coisas antes delas acontecerem..

hoje vem cá o patrão, o próprio Zé Coutinho, o grande
a minha permanência nesta é bem capaz de se decidir hoje

sempre pensei em mim no futuro e é aquilo de que mais me orgulho pois é necessário um grande espírito de sacrifício e força de vontade
sei que pouco importa onde estou se não souber para onde quero ir

nada se joga hoje
hoje colhem-se os frutos das árvores há muito plantadas
e que não morreram entretanto

isto não é um teste

quinta-feira, março 02, 2006

balanços

4 meses
este é tempo contado desde o início da minha laboração
tempo de balanço..

passaram num instante, como tudo na vida
bom sinal
aprendi muito
de uma maneira bem diferente
já ninguem se preocupa se eu aprendo ou não
o importante é que produza a tempo e com qualidade

se aprendo ou não eles não querem saber
querem é que (a ter de aprender) o faça depressa
com qualidade, e de preferência à minha custa
e sobretudo, não à custa deles
ainda que ma forneçam em pacotes de 20h/ano
compêndios legislativos e comunicações internas

importante é fazer e não saber/dizer que podiaa fazer se se quisesse
é importante ser chato
é importante apertar com eles
mais importante ainda é que eles apertem connosco

outro aspecto é o viver fora de lisboa
4 meses em alter do chão - vila alentejana
200Km de casa
2 horas de carro
e muita louça que não se lava sozinha