sexta-feira, setembro 29, 2006

Bulls on parade

- Isso no fundo não é bem assim, se vires bem acabas não sair do mesmo sítio e por isso para que começar?
-...
- Chego sempre à conclusão que toda a opinião sobre uma pessoa colectiva não passa duma generalização grosseira.
- E então? Lá estas tu com a mania das grandezas. A opinião é sempre uma inverdade se fores rebuscar excepções, mas permite o desenvolvimento do argumento, que à falta de melhor, entretem as hostes.
- "Tudo deve ser simplificado o mais possível, mas não mais simples do que isso" disse uma vez o Einstein, não sei em que estava a pensar mas quando se trata de pessoas, não há grande simplificação a fazer; negar isso é ceder aos autocolantes. A humanidade enquanto gente é demasiado intratável. As pessoas é uma coisa relativa..
- Alguém disse um dia que "The dilettantish luxuary of relativism will be forgotten in the boneyards of the future"
- Não estou a ver onde queres chegar.. mas uma coisa é certa e disse-o bem Carl Jung: "people cannot stand too much reality". E no que trata de fugir à realidade.. sabes tu melhor que eu.





Nem tudo cheira bem no reino da dinamarca. Estou aqui, estou a perdê-lo.

"No bairro de perdição aonde aportou a minha juventude, como para acabar de instruir-se, dir-se-ia terem marcado encontro os percursores sinais duma próxima derrocada de todo o edifício da civilização" Guy Debord

Cheira a mofo, diz ele.

Detesto os custos de oportunidade. Detesto janelas. E menos gosto de cabras cegas.

Vou partir à conquista da latrina d'oiro.

"The known is finit, the unknown is infinit; intelectually we stand on an islet of an illimitable ocean of inexplicability. Our business in every generation is to claim a little more land." Thomas Huxley

"A mente é um pára-quedas, só funciona se estiver aberta" Thomas Dewar

sábado, setembro 16, 2006

Recuperando o folego

Vou andando por ai
Sobrevivendo à bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim á engrenagem
E ando muito deprimido

É dificil encontrar quem o não esteja
Quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço
Mas já não saboreamos a cereja

Já houve tempos em que eu
Tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento
Ouvindo o vento beijar a geada

Fazia o meu manjar com pão e uva
Fazia o meu caminho ao sol ou à chuva
Ao encontro da mão miúda
Que me assentava como uma luva

Se ainda me queres vender
Se ainda me queres negociar
Isso já pouco me interessa

Perdemos o gosto de viver
Eu a obedecer e tu a mandar
Os dois na mesma triste peça
Os dois á espera do fim

Tu tens furtuna e eu não
Podes comer salmão e eu só peixe miúdo
Mas temos em comum o facto de ambos vermos
A vida por um canudo

Invertemos a ordem dos factores
Pusemos números à frente de amores
E vemos sempre a preto e branco o programa
Que afinal é a cores
Jorge Palma - À Espera do Fim