quarta-feira, abril 05, 2006

cai neve em nova iorque

Cai neve em Nova Iorque, faz sol no meu País, faz-me falta Lisboa para me fazer feliz

05 04 2006 está de chuva lá fora

Ontem assisti à entrevista mais inquietante dos últimos tempos. António Lobo Antunes à conversa com Ana Sousa Dias. Um escritor que foge de luzes como moscas da água. Genialidade à parte há que reconhecer a irreverência e o espírito inconformado. Alguém que busca desde algum tempo a esta parte algo intrínseco à natureza humana, a profunda liberdade individual, confinada por uma cerca de preconceito pela sociedade que nos é mais próxima e querida. Liberdade tal que nos leva por um lado a um forma de loucura, “todos nós somos muitos”, “ouvimos muitas vozes”.

Se em verdade A.L.A. pode dar ao luxo de tal comportamento que em nada belisca a sua figura de escritor, antes pelo contrário, é suficiente para criar uma aura de mistério quase sobrenatural.

Faz falta gente irreverente neste país. Parecemos um povo de carneiros. Aos pulinhos méé méé.

O que os outros vão dizer? Quem são os outros e que direito têm os outros de opinar acerca do que desconhecem? Sem separar o trigo do joio, porque não é de uma luta de classes que falo, de classes normais. Estão-se a separar novas classes. Classes de educação. E os não educados terão grandes dificuldades. Não sou eu que o digo, mas concordo plenamente.
Educação e preconceito são limites da mesma linha. A sorte é tudo o que rodeia. E nós andamos por aí. Não faz sol no meu país.

1 comentário:

António Ferrão disse...

"o meu objectivo é dar trabalho os críticos para 500 anos" Ant. Lobo Antunes